segunda-feira, fevereiro 09, 2009

O Raptor de Almas.



Por
Nazarethe Fonseca
Todos os direitos reservados à autora®

Hoje quero me reinventar,
Preciso de novas emoções, algo que faça meu sangue frio ferver.
Se é, que me entende?

À noite me acompanha há tantos séculos...
E mesmo assim sua luz ainda consegue me dar prazer.
Ela me mostra o caminho até minhas vítimas.
A noite dorme comigo, somos amantes.
E é sob seu olhar que faço o sangue verter.

Belos, fortes, inocentes e culpados.
Sangue é tudo que importa.
Sob meus lábios vi muitas vidas quanto às sugava ávido.
Elas corriam para dentro de minhas veias,
Cheias de imagens e revelações.
E fizera-me compreender que não era o único demônio sob a face da terra.
A dor de muitos me fez chorar sangue.

Meu paladar está mudado e eu só desejo matar minha sede.
Reanimar meu corpo morto, manter a minha alma viva.
Os meus desejos estão mais intensos e tudo perece sob meus lábios.
A carne pode ser firme, mas eu a farei tremer sob minha língua perversa.
Gosto de quase tudo, inclusive de ouvir sussurros.
Não gosto de lágrimas ou gritos, mas posso muito bem tolerar que se debatam.
Eu posso conter todos debaixo de minhas presas.
Debaixo de um olhar suave, um beijo mordido.
E tudo termina dentro de meu coração.
Fazendo-me compreender que sou um ser feito de fome.
Eu desejo mais do que possuo, mas eu posso ter tudo que desejar.

Eu já devorei um mundo inteiro e continuo impune.
Claro, já tentaram me ferir...
Mas também feri.
O sabor do sangue de minhas vítimas mudou.
Ele tem gosto de passado e dor.
Eu quero saber por que você me teme.
Acredite, meu sorriso é pontudo, meu coração não bate.
Mas eu posso te amar infinitamente.
Os meus beijos são únicos e quanto tocar minha pele, será tarde demais.
Sou imortal, mas o seu sangue faz de mim o que sou.
Um raptor de almas.

3 comentários:

Rafael Guerra disse...

nossa, muito bom...
como o relato de uma noite...
adorei a imagem tambem...

Edy Silva disse...

Adorei o texto, e lindo, sombrio como nossas almas imortais.

Anônimo disse...

"Sou imortal, mas o seu sangue faz de mim o que sou.
Um raptor de almas".

Descreve perdeitamente.
Suave e eterno, como sempre Naz.


;*