quinta-feira, dezembro 25, 2008

Uma Noite Especial



-Sabe que dia é hoje?-Kara perguntou fitando a noite lá fora,a alegria nas ruas.
-Sim,Natal.-Jan respondeu lendo o jornal “Le monde”.-Quer sair um pouco,ver os fogos a meia noite?
Jan Kmam a notava melancólica há dias, o mês de dezembro sequer havia começado e a viu numa vitrine olhando os enfeites, fitando as árvores de Natal decoradas. Era seu primeiro Natal como vampira.
Resolveu nada comentar, não fez nenhuma observação a deixou livre para escolher o que realmente desejava fazer. Ela precisava dar o primeiro passo, tinha a escolha de participar ou simplesmente excluir-se. Jan Kmam esperou dando liberdade, não iria forçar seu desenvolvimento, não ele, que tantos anos caminhou sozinho, dentro da escuridão da cidade somente observando o mundo inteiro comemorar em meio a familiares, amigos. Não pertencia mais ao mundo dos mortais, porque deveria imitar-lhe os gestos?
Dentro da imortalidade somente fica a solidão, as noites intermináveis, aquela era somente mais uma. Para ele que a viu de todas as cores e formas, o que importava era ter sua mão para segurar entre as suas, poder dançar abraçado a ela, ouvi-la sorri, esta perto quando a manhã chegasse. Ele não estava mais sozinha, podia esperar mais um ano ao seu lado,podia viver eternamente ao lado da vampira que amava.
-Podemos?
-Claro que podemos, nós podemos quase tudo. -disse olhando-a melancólica, quieta. -Tenho algo para você. -disse rendendo-se, afinal a amava e para vê-la feliz fazia qualquer coisa,até mesmo preparar-se para o Natal.
Jan soltou o jornal e foi para a biblioteca e quando retornou trazia uma caixa nas mãos. Depositou a caixa no chão e viu Kara aproximar-se, assim que abriu a viu sorrir.A caixa estava cheia de enfeites de Natal,até mesmo uma árvore para montar.Kara o abraço e beijo longamente e começou a fazer o que sempre fez,o que certamente demoraria a deixar para trás,agiu como uma mortal,enfeitou o apartamento,enquanto Jan a ajuda vendo-a quase renascida,feliz.
Quando a árvore estava completamente decorada Kara a olhou, as luzes pequeninas e sorriu tristemente. Jan Kmam a abraçou e, pois a estrela no alto.Ficaram olhando-a por um longo tempo abraçados.
-Eu sei que tirei muito de você Kara,mas eu não poderia permitir que morresse,eu te amo demais,não suportaria novamente te perder,fui egoísta...
-Eu não me arrependo, eu te amo tanto. Por favor, Jan...Entenda ainda sinto falta de tantas coisas...
-Jamais senti arrependimento em seu coração. Tudo que sinto é o seu amor me rodeando,me cobrindo como um grande coberto de retalhos,onde cada um dele é um momento único entre nós dois.-afirmou acariciando seus cabelos cacheados.-Eu compreendo o que sinto,pois também me senti deste modo.
-Não quero perder esses momentos, quero tê-los com você e não me importa que isso seja mortal e tolo.-ela segurou o rosto de Jan Kmam e prosseguiu.-Os valorizo,acho que sempre valorizarei, porque todos eles, estes doces momentos nos pertencem. Não vou me excluir do mundo porque me tornei imortal, o mundo agora me pertence e eu o sinto completamente.-dizendo isso o abraçou forte.
-Quando a trouxe para a imortalidade eu imaginei que era especial,mas jamais sonhei que me fizesse sentir novamente humano.Mas veja só,você conseguiu.-dizendo isso a beijo longamente.
-Escute.-Kara pediu pondo sua mão no peito do amante.-Ele esta batendo assim como o meu,é amor.-disse apertando-o nos braços,escondendo o rosto no seu pescoço,nos seus cabelos soltos.-Te amo demais para lamentar o que perdi,só quero entender,aprender.
-Quero que feche os olhos e me espere bem aqui.-Jan pediu junto ao seu ouvido.-Tenho algo para te dar.
Jan se afastou e sumiu dentro do quarto.Kara aguardava junto a árvore de olhos fechados,impaciente,querendo abri-los,tentando descobrir o que seria.
-Jan?
-Espere Kara, não abra os olhos.-pediu aproximando-se devagar.
-O que é? Vamos diga. -pediu risonha.
-Estenda as mãos e segure com cuidado e abra os olhos. - Jan explicou.
Kara segurou o objeto com cuidado e abriu os olhos. Ali entre seus dedos, uma caixinha de música, dentro dela um casal vestido ricamente, como a séculos atrás, protegidos, cobertos pela frágil camada de vidro. Ela girou a pequena manivela e logo a música deles tocava suave enquanto o pequenino casal se movia mecanicamente.
-É linda, Jan.-Kara falou beijando seu rosto emocionada.
-Somos nós dois. -disse segurando-a junto com Kara.-Sempre estaremos assim juntos, felizes, dançando.Dentro de nosso mundo.
-Tenho algo para te também. -ela dizendo isso pegou um saquinho de veludo do bolso e passou a suas mãos.-Não sabia se poderia te pedir que usasse.-falou timidamente.-Espero que goste,que caiba.
Jan Kmam despejou o conteúdo na palma da mão e viu a bela aliança e sorriu emocionado. Kara pegou a aliança feita de prata e ouro e olhando dentro de seus olhos de turquesa e tentou a colocar no dedo médio de Jan,mas não deu,ele sorriu e estendeu o dedo mindinho.A aliança ficou perfeita,Kara beijou-lhe a mão e imediatamente ele a enlaçou nos braços e a beijou longa e apaixonadamente,enquanto ela retribuía,murmurando o quanto o amava,ouvindo seu coração batendo forte de encontro ao seu peito delicado.
-Jamais vou tirar. -ele disse beijando a aliança,e finalmente a mão de Kara onde repousava a aliança que ele lhe presenteou meses atrás.-Dance comigo.-pediu suave.
-Sempre.-Kara murmurou pondo a caixinha de música sobre a mesa,para que juntos pudessem dançar.
Sorriam felizes, enamorados, enquanto a música suave e delicada os conduzia, mas eles ouviam uma musica mais forte e mais alta, a do som de seus corações apaixonados, felizes. Enquanto bailavam o relógio anunciou a meia noite e lá fora além da janela os fogos iluminaram o céu de Paris.
-Feliz Natal Kara.
-Feliz Natal Jan Kmam.
Abraçados ficaram diante da janela viram a noite encher-se de cores e luzes, mesmo ali eles podiam ouvir os sinos de Notre Dame anunciando por mais uma vez em quase dois mil anos o nascimento do filho de Deus.

sábado, dezembro 13, 2008

Conte os dias


Conte para mim. Devagar, nos dedos, nos muitos séculos que viveu.Conte as estrelas dos céus que viu enquanto bebia o vinho da vida.

Nas moedas, nas muitas rainhas que viu. Dentro dos incontáveis dias de sangue e glorias das guerras que arrastaram os homens para a ruína e a morte.

Conte para mim quanto tempo faz. Devagar, dos dedos quantos beijos meu dedo, quantas vezes renasci.

No oceano tem mais caminhos que na terra. E tudo é brisa salgada quando se chova de solidão. Haverá menos dias para contar, menos coisas para lamentar e esperar, eu creio.

Estou dentro do tempo, da brisa que toca sua face e quando você resolve me olhar eu posso sentir que a eternidade não pode, não deve ser jamais contada.

Nos dedos da mão, nas estrelas do seu, nos desejos que guardo dentro de minha alma. Nos sorrisos que me dá,nos sussurros que ouvirei.

Conte meu amor,falta pouco.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Noite bela.



Dentro das horas do dia eu não te sinto, eu não te vejo com exatidão. Não te escuto batendo dentro do meu coração. Sinto seu amor me beijar no rosto, acariciar meus cabelos. Abraçar-me e depositar beijos sobre minha garganta.
Despercebida sigo muda, dentro de meus abismos. Perdida dentro do que tem, do que precisa ser feito.
O dia passar e se arrasta, correr, ou simplesmente desliza pelo relógio morno. E quando a noite me percebe e eu percebo a noite, a escuridão suave do dia que morre lento por escolha e prazer.
Lá fora tudo é beleza e suavidade e eu sinto você despertar. Escuto-te sussurrar nos meus ouvidos... Abraçar-me.

-Estou aqui por você.-sussurrando.
-Então fiquei.-de olhos fechados.
-Para sempre.-roçando os lábios no pescoço.
-Sim.Para sempre.-lábios se tocando.


O resto é silêncio e paixão.

sábado, dezembro 06, 2008

Alma & Sangue



Ola! Meus queridos,
Hoje recebi uma bela homenagem ao livro Alma & Sangue, ela foi feita por uma fã,Adrianna.
Abaixo segue seu lindo recadinho. O blog dela é lindissímo,vale a visita.Apareçam por lá e deixem seus comentarios.Obrigada Adrianna pelo carinho,Alma &Sangue só tem a agradeçer e a oferecer,em breve,muito breve.
Por Adrianna.


Alma e Sangue


O despertar do Vampiro


Nazareth Fonseca!


Aqui um singelo texto de um livro excepcional.


Personagens além de lindos (Ariel o/)


Bem estruturados, com suas neuras e suas paixões.


Personalidades todas muito fortes.


Coisas muito boas no livro:


As descrições dos olhares...


A personalidade do Jan...


A estrutura da história, as tramas...


O amor e o ódio...Coisas apenas boas:


A irritabilidade que nos causa a Kara...


A pouca participação do Ariel... ;)


As vezes a história enrola um pouco até chegar num ponto chave...


Mas sinceramente, adorei!


Nazareth é uma escritora brasileira...


E tenho de admitir que passar a história em São Luis foi uma criatividade e tanto.


Vale a pena comprar, ler e devorar o livro.


Consegui me transportar para o universo do livro...


E ainda estou esperando uma visita amistosa do Ariel.;)


Parabéns para a Autora do Livro.


Merecidademente!vide os blogs da autora:






AGRADECIMENTOS MUITO ESPECIAISA MARILIA RITA BACHIEGA =)


LIAHHTHE BESTOBRIGADA POR APRESENTAR ESSA OBRA MAGNIFICA

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Estranha conhecida.


Caminho entre os homens desde que o mundo era somente feito de paraíso.Estou entre os seus mortos, com seus inimigos, e até mesmo com seus amores.
Levei muitos ao delírio, alguns ao desespero,a contemplação. Amei outros e matei diversos. Sorri e chorei em meio a guerras e injustas e esperei que os mortais se destruíssem, eu não preciso fazer muito. Basta esperar para fazer minha colheita.
No ar, na terra ou no mar eu caminho e completo os dias e as noites. No final todos me seguem, ou os levo com um puxão.
O tempo me faz companhia, mas devo confessar, vivo só dentro de abismos de silêncio e lagrimas.
Preciso de tempo para esperar e escolher o melhor modo. Tenho modos sofisticados e às vezes extremos. Nada posso fazer esta é minha missão.
Muitos me temem, outros fingem que não existo até que apareço e os convenço de minha presença em sua vida.
Raríssimas vezes eu sou desejada e em casos muito especiais sou convidada, mas me apresento solidaria, piedosa.
Você escolhe como eu apenas te conduzo, o certo é, que você não vai precisar chamar muito por mim. Eu saberei o momento certo de me apresentar.
Todavia se achar necessário me chamar, minha alcunha é uma só, morte.