sábado, novembro 24, 2007

(Imagem aperfeiçoada por Eric Novello-Escritor)


"Meus queridos amigos,este pequeno livro esta entre o livro Alma & Sangue, O Despertar do Vampiro I e II.É apenas um aperitivo,um desejo incontido de novamente estar com aqueles que amamos profundamente.Aproveitem,deixem seus recados,por favor,beijos Mordidos!"



Kara e Jan Kmam
Por
Nazarethe Fonseca
Todos os direitos reservados a Autora®


Capítulo III – A Outra

Chegando lá vestiu somente o roupão de seda negra com impaciência. Não prendeu os cabelos, ou procurou os chinelos, continuou descalço. E quando entrei no quarto ele foi para a cozinha se servir de um cálice de sangue.Mas podia sentir seu olhar sobre mim enquanto me penteava.
-Kara?
Surgi à frente de Jan Kmam de camisola e roupão e vi o cálice estendido. O recebi e sob seu olhar atento o sorvi inteiro e com ânimo.Estava realmente faminta e quando pedi mais ele sorriu manso.
-Quer que conte uma historia e deixe a luz acesa, ou consegue e voltar para sua cama sozinha?-desdenhou provocando, afinal minha pequena “aventura” o perturbava.
-Não seja cínico. -soltei ofendida para deixa o cálice vazio sobre o balcão.
-Melhor que ser mentiroso.-rebateu risonho.
Fui para o piano e comecei a tocar uma pequena área de Mozart e o vi sentar no sofá e retomar a leitura, ainda era cedo, pouco mais de dez horas da noite.
-Está atropelando a música. -reclamou.-Mozart não expressa raiva, tente Wagner.
-Não estou com raiva, estou entediada.
-Por que veio para casa tão cedo...Ah!Desculpe-me, caiu do prédio, pombos, não é mesmo?-debochou,afinal sabia que se me pressionasse falaria.
-Pelo menos não volto de madrugada.-soltei ferina.
-Ciúme de minhas caminhadas Kara?
-Aprendi a perder.
-Que mal-humor!-queixou-se.
Fui para a janela e lá chegando à primeira coisa que vi o estranho observando o apartamento do prédio diante do nosso. Sentia-me acuada, e previ o pior, Jan Kmam certamente notaria sua presença, poderia enfrentá-lo.
-Vou me recolher.-disse ficando de costas para a janela.
Jan Kmam fitou a noite com interesse, e quando pensou em dizer algo o abracei e beijei longamente, e tentei puxá-lo para longe da janela. Mas ele acariciou minhas costas, puxando-me para junto.
-Juro. -murmurou manhoso junto à boca delicada. -Por um momento chego a acreditar que está na TPM.
Kara o empurrou e fitou a face risonha, seus olhos soltavam chispas de raiva. E ela reagiu como amava e odiava, tempestuosamente, o empurrou com força, e provocou uma reação exaltada de Jan Kmam, que a enlaçou e a forçou a encará-lo.
-O que aconteceu, porque está assustada? Já fitou a rua três vezes em menos de cinco minutos!-reagiu cansado de sua teimosia.
-Nada aconteceu... -insistiu com as duas mãos em seu peito.
-Fale agora Kara, ou vou sair por aquela porta e descobrir sozinho.-ameaçou.
-Há uma “coisa” me seguindo.-calei-me debaixo de seu olhar atento.
-Ele é sua Sentinela.-revelou a contra gosto.-Ele cuida de um imortal apedido de seu mestre.-revelou sem saída.-Mas pelo visto é um incompetente!Afinal você o viu.-reclamou indignado.
Jan Kmam havia contratado “alguém” para vigiar-me! A raiva cresceu, afinal há andava escondendo-me, fugindo de minha própria sombra e a culpa era toda dele.
-Traduzindo para sua língua, minha “babá”!-rugi aborrecida, frustrada. -Porque arrumou alguém para me vigiar?
-Como descobriu?-quis saber intranqüilo sem lhe responder.-Foi Asti? -perguntou indignado.
-O senti, ouvi seu coração...Pensei que confiasse em mim...Droga!-reclamei furiosa.-Mande ele embora. -exigi cega pela raiva.-Não quero que me observe, enquanto me alimento...
-Então é por isso que vem chegando cedo, insatisfeita, faminta?-era transparente diante dele.
-Não confia em mim, em meus poderes como vampira.-revelei frustrada.
-Trata-se de sua segurança...E minha tranqüilidade Kara.
-Sim!-exclamei de punhos cerrados ele me avaliava.-Não tinha o direito de fazer isso.-queixei-me desgostosa.
-Não precisa ter medo ma petite.-disse tentando tocar meu rosto delicadamente, mas o repudiei.
-Medo?-Não estou com medo, estou furiosa. -expliquei.-Porque não confia em mim Jan? -argumentei sentida. -Eu lhe dei motivos?
-E você?-rugiu com os dedos fechados sobre seu pulso.-O que a impediu de me dizer que era seguida?-cobrou, detendo-me.
-Tive medo de que fosse enfrentá-lo, lutar por mim novamente.
-Farei mil vezes se for necessário Kara.-garanti tranqüilo.-Luto tão ruim assim mon chérie, para que fique preocupada?-quis saber apertando-me junto a mim.
-Jan!-reclamei contrariada, o empurrando ressentida.
Baixei a cabeça sentindo-me fraca, incapaz de lutar contra ele quando me abraçava daquele modo possessivo. Ele gargalhou lépido diante de minha luta. E cobriu minha boca num beijo faminto. Sentia os lábios inchados pelo beijo voraz, o coração aos pulos, seu perfume, os cabelos junto a minha face.
-Pare de esquentar essa linda cabecinha.Eu sei cuidar de nós dois.-disse acariciando seu corpo sob a seda do roupão.
Kara estava furiosa, geralmente depois de um beijo sorria e desistia da briga, todavia continuava zangada e Jan Kmam não podia lhe dizer o que era uma Sentinela, o que aquilo significava como controlar seu gênio forte sem magoá-la, ou machucar seu coração?
-Se houvesse me avisado sobre está “vigilância” não teria caído... -calei-me tarde demais. Jan Kmam deu um passo à frente.
-Então foi culpa dele...?!Ele espantou os pombos?
Sem alternativas relatei a Jan Kmam o incidente e o vi aborrecer-se profundamente. Foi para o quarto e se vestiu de qualquer jeito e quando sentou para calçar as botas imaginei seus planos. Ele ia matar o tal Sentinela.
-O que vai fazer?
-Nada.-disse seco, mentiroso.
-Vai matar o tal “Sentinela” não é?-perguntei vendo mudo.
-Vou!Satisfeita?
-Não!-rugi-Estou farta de ser vigiada como uma criança. Mas se isso o deixa tranqüilo, que seja. -afirmei magoada, vendo já de saída.
Segunda Parte

Jan Kmam foi ao château do Coucher du Soleil.Era necessário esclarecer o incidente sofrido por Kara,a Sentinela falhou,algo estava errado, elas não costumam falhar ou se deixarem ver. O certo é que, Jan ficou quase três horas conversando com Togo e quando deixou o château não se sentia mais seguro que antes, providencias havia sido tomadas para a segurança de Kara,mas elas seria suficientes?Ele teria de esperar pelo melhor.
O apartamento estava silencioso, Kara dormia profundamente agarrada aos travesseiros onde havia algumas manchas, lágrimas. Ele sentou perto e a observou dormir como um anjo. E se perguntou como protegê-la sem que notasse? Como lhe falar de sua Sentinela, das exigências do mundo em que viveria eternamente? Kara estava mudando a cada noite, tornando-se mais forte, mais poderosa.
Deitou ao seu lado, ela resmungou algo e se encolheu no leito fugindo de seu toque. Jan Kmam apenas a recolheu nos braços e em segundos estávamos abraçados dormindo como todas as manhãs faziam.
Acordei e vi a noite completamente estabelecida através das grandes janelas de vidro. Às persianas de metal foram erguidas, estava nos braços de Jan Kmam, ele brincava com meus cachos, no leito desfeito. Tentei me afastar lembrando da briga.
-Espere.-pediu suavemente me detendo na cama. -Preciso me desculpar, pedir que me perdoe. -falou segurando sua mão.
Kara nada falou,apenas tentou se erguer novamente do leito.
-Há perdão para meus atos de vampiro apaixonado?
Sentei no leito, enrolada no lençol e o olhei demoradamente.A camisa rasgada, suja de sangue.
-Vou pensar.-afirmei, ele merecia que fosse dura com ele.
-Quanto tempo?-perguntou beijando seu ombro.
- Algum tempo...Um século talvez.-disse olhando seu rosto bonito, quase sorrindo.
-Kara!É muito tempo.-falou pondo-me debaixo de seu corpo.
-Jan...!-gemi rindo de sua brincadeira, o abraçando.
-Pardon ma petite.-gemeu esfregando o rosto no meu, os lábios.
-No, no Jan Kmam.
-Petite,pardon?
-Oui...
Duas noites depois do incidente com Kara,os passos de Jan Kmam o trairão,o levaram diante de sua casa.O portão estava aberto,cruzou o jardim tocando as rosas bem cuidadas, deixando que elas perfumassem seus dedos,as mãos.Parou diante da porta de madeira e vitrais.Fitou o pequeno gnomo aos seus pés e o ergueu para pegar suas chaves.
Entrou e tirou o casaco. A casa decorada com moveis e objetos simples, delicados dava-lhe um ar extremamente caloroso, confortável. Poltronas macias, almofadas bordas, tapete de algodão, vasos repletos de rosas brancas. No ar havia cheiro de camomila e incenso. Os passos de Jan Kmam o levaram ate o escritório pequeno bem iluminado.
Fitou a mesa organizada dentro do padrão de sua dona.Folhas,livros,canetas e blocos de anotações.O computador e não muito distante a maquina de escrever. Jan pegou as folhas que certamente estavam sendo digitadas e corrigidas e começou a ler,por fim sentou-se na cadeira.
Vinte minutos depois Alma surgiu no corredor que levava ao escritório,estava metida num roupão de seda bordado,os cabelos ocultos na toalha,descalça.Ela estancou ao ver o vulto no escritório e quase soltou uma exclamação de medo,mas sentiu seu perfume conhecido e entrou sem medo.
-Gosta?
-Sim.-Jan respondeu num suspiro conformado.-Esta perfeito Alma.-afirmou agrupando as folhas sobre a mesa,numa única pilha.-Quando leio tuas impressões me pergunto se não escreve a bico de pena.Tua literatura está dentro das vozes dos que viveram a séculos e tão atual quanto qualquer escritor deste século,ou diria,melhor.
-Você é suspeito de elogiar-me.
Alma já estava à frente de Jan, quando ele ergueu a mão para alcançar a toalha. Ela sentou em seu colo e esperou que os cabelos caíssem numa cascata loira sobre os ombros delicados. Inclinou a cabeça e esperou pelo beijo que surgiu numa carícia suave, delicada, mas ao mesmo tempo faminta. Jan abriu o roupão e observou a seda champanhe deslizar sobre a pele suave de Alma. A sentou sobre a mesa num gesto decidido já a despindo, deixando-a ficar sobre suas anotações, enquanto suas mãos passeavam por seu corpo nu arrancando-lhe sussurros, gemidos.


Continua...

Cena do próximo capítulo...


-Você brigou com Kara novamente?
Alma havia despertado,mas não se moveu,continuou em seus braços.
-É isso que pensa?Que só te procuro quando discuto com Kara?
-Apenas... Tive um pesadelo e os vi.
-Precisa dormir mais Alma. -Jan Kmam afirmou preocupado.
-Há muito a ser escritor,e o dia me parece muito curto,além disso,tenho pouco tempo.-Alma argumentou apoiando-se sobre o corpo nu de Jan Kmam.

quinta-feira, novembro 15, 2007

(Imagem de Vitoria Frances artisticamente alterada por Jean S.Kuri)

"Meus queridos amigos,este pequeno livro esta entre o livro Alma & Sangue, O Despertar do Vampiro I e II.É apenas um aperitivo,um desejo incontido de novamente estar com aqueles que amamos profundamente.Aproveitem,deixem seus recados,por favor,beijos Mordidos!"

Kara e Jan Kmam

Por

Nazarethe Fonseca

Todos os direitos reservados a Autora®

Capítulo II – Aptidão


Dediquei todos os meus esforços a aprender, não ia decepcionar Jan Kmam e tão pouco perder minha liberdade. O ritmo das coisas mudou. Despertávamos, e juntos, saíamos em busca de alimento. Minha “reprovação” fez-me perder o direito de sair só, achei absurdo, mas não houve escolha. Precisava desesperadamente aprender a defender-me sozinha.
Treinava por horas seguidas, enquanto Jan supervisionava movimentos, postura, golpes. Quando o treino acabava às quatro da manhã sentia-me faminta, e de certo modo, exausta. Servia-me de um cálice de sangue morno e buscava a cama para dormir. E assim, durante um ano devorei livros,e até mesmo, pergaminhos surgiram para que adquirisse conhecimento.Tornei-me a “pupila”, poucos direitos e muitos deveres. Minha vida era somente estudar, treinar, comer, e amar Jan Kmam, e finalmente quando o sol se avizinhava de nossas janelas mergulhávamos nos lençóis e travesseiros de seda juntos. A cama, foi um assunto polêmico, gostava do caixão, mas definitivamente sentia falta da cama, Jan foi contra, achava perigoso. Todavia, quando mudamos para o apartamento ganhamos uma de presente do rei Ariel Simon. Claro, não uma cama comum, havia pertencido a um Marquês, que foi decapitado durante a revolução francesa,o objeto de arte deveria ter uns três séculos.
Junto com ela vieram persianas muito especiais feitas de chumbo. Segundo soube, desenhadas e fabricadas por um engenheiro militar para atender a um cliente muito especial. Depois de instaladas elas mantinham o apartamento protegido do sol, leves e fortes nos possibilitavam dormir na cama. Ou até mesmo ficarmos despertos durante o dia. Dormir numa cama significava poder acordar do sono vampiro uma ou duas vezes. Nos primeiros seis meses confesso, que não consegui, a sonolência era demasiado grande. Um ano depois já conseguia despertar e podia ver Jan lendo, vendo TV,distraindo-se,até mesmo treinando sozinho,peito nu,movendo-se pelo piso limpo, cortando o ar com a espada.Metido apenas na calça de pijama, a camisa era minha,e foi fácil fazê-lo admitir que a cama,foi uma boa idéia.
Quando finalmente o treinamento chegou ao fim fui submetida a uma prova.
-Pronta?
-Sim, estou. -afirmei diante de Jan Kmam de espada em punho.
Ele fez o primeiro movimento e as espadas se encontraram, a luta começou. Mantinha a atenção em seus movimentos, gestos e olhos, sabia que não poderia vencê-lo, mas precisava resistir o máximo possível sem que houvesse cortes. Para passar era necessário lutar por vinte minutos sem intervalos e sem nenhum corte, a camisa branca foi exigência.
O relógio marcava o tempo, o tique taque, o som de nossos passos, as espadas, era o que se ouvia,enquanto investia e recuava, saltava e mantinha uma postura de luta contra um oponente forte, que parecia somente evitar meus golpes, sem nenhum esforço. Entretanto, daquele combate dependia minha liberdade, investi de modo ousado e perigoso, tentava tocar Jan Kmam. A ponta da espada só conseguiu cortar sua camisa de seda negra. Foi o suficiente para fazê-lo avançar com força, corri pela sala e saltei, quando cai ao chão era esperada por sua espada. A lâmina apontava para minha garganta. Mas havia saída e a usei, joguei-me ao chão e com os pés impulsionei o corpo para trás,fugindo de suas investidas,quando fiquei de pé arquejando tudo que me restava era esperar por uma nova investida. Jan Kmam olhou para o relógio, sorriu, e falou baixando a espada:
-Parabéns Kara, você conseguiu.
Fitei minha camisa branca, intacta e sorri vitoriosa, gritei de alegria para me jogar em seus braços e o cobrir de beijos.
Conquistei a confiança de “meu mestre”, saia sozinha, ainda era a “pupila” como Jan fazia questão de me lembrar,quando o desobedecia,mas conquistei seu respeito e deixei Otávio bastante admirado, afinal, fiz questão de me exibir. Entretanto, nem tudo são flores.

SEGUNDA PARTE CAPITULO II

Cinco anos se passaram e minha evolução como vampira seguiu seu curso “normal”.Foi nesse ponto que tudo começou lentamente a mudar.
Deixei a Rua Grenelle furiosa, Otávio não me recebeu,simplesmente avisou da saída súbita de Asti pelo interfone, e desligou. Deixando evidente seu desagrado a minha visita. Jamais me tolerou! Caminhei por alguns minutos e por fim resolvi andar como uma vampira, pelos telhados. Sentia-me livre e poderosa. A sensação durou pouco, pois senti “ele” novamente. Ocultei-me nas sombras e esperei seus movimentos.
Paris desde minha chegada se mostrou uma cidade encantadora, mágica, mas depois de cinco anos, quase inacessível. Descobri-me vigiada, seguida! A princípio tive receio de relatar tal desconfiança a Jan Kmam, já que me trancaria dentro do apartamento e lutaria com o intruso. Resolvi descobrir quem era minha “sombra”, busquei o conselho de Asti, mas infelizmente sequer consegui vê-la. Estava realmente assustada, percebi que aquela “criatura” vigiava-me, enquanto me alimentava, por onde andava. Há quanto tempo ele me seguia? Meus sentidos de vampira haviam evoluído e com eles a certeza de ser constantemente observada. Cansada das sombras, resolvi enfrentá-lo. A princípio me esgueirei pelas paredes, chegando o mais perto possível, precisava identificá-lo de algum modo. Antes que pudesse fugir saltei e cai a sua frente. Assombrado correu em fuga. O segui, não ia deixar que desaparecesse sem me dá algumas respostas.
__Pare!
A borda surgiu, ele saltou ligeiro e alcançou o prédio vizinho, mas ao tocar o cimento topou e caiu espantando os pombos do telhado. Em questão de segundos me vi rodeada pela revoada, eles feriam meu rosto, minhas mãos, e na tentativa de fugir escorreguei, despenquei da borda.
As caixas de papelão amorteceram precariamente o impacto. Sentia gosto de sangue na boca, as costelas estavam quebradas, o joelho ferido. Havia muita dor, um pedaço de vidro jazia enterrado em minhas costas. Via tudo através de uma cortina rubra, o coração estava disparado. Desci da caçamba de lixo, que me acolheu duramente e senti os ossos voltando lentamente ao lugar... A cabeça doía e havia sangue nos cabelos... A primeira coisa que fiz foi afastar minha mente de Jan Kmam,ele não podia saber daquele incidente.
Tentei me recompor, sangrava muito, sentia-me fraca para voltar pelos telhados. Peguei um táxi e vi o taxista olhar-me curioso, certamente acreditou-me surrada por um namorado violento. Com sorte Jan Kmam não estaria no apartamento. Minutos depois paguei pela corrida e sem perceber sujei a nota de sangue. As luzes do apartamento estavam acessas.
__Droga!__xinguei baixo.
Jan Kmam havia voltado! Ele sempre demorava, porque hoje resolveu chegar cedo?! Ajeitei o cabelo e fechei a jaqueta. Peguei a chave e notei a mão trêmula, o pingo de sangue que deslizava por meu pulso. Entrei e encontrei Jan deitado no sofá lendo.
__Voltou cedo meu amor.__Jan disse ao me ver entrar.
__Sim...Você também.__respondi fingindo naturalidade.
__Estava sem ânimo, além disso, queria ler um pouco.__disse mostrando o livro.
O sangue escorria por minha cintura. A dor forte me fazia tremer um pouco.
__Se alimentou?__perguntou distraidamente folheando o livro.
__Já, já...Vou tomar um banho...
__Asti ligou, pediu desculpas teve um compromisso inadiável.Foi vê-la? __Deveria ter ligado antes, sabe que Otávio não recebe ninguém de surpresa.
__Eu marquei hora.__continha-me,mas sentindo o sangue fluir me calei.
__Então falou com Otávio?__perguntou erguendo a vista para me olhar vigilante, pois acreditava que fazia birra com seu “ex-mestre”.
__Falei.__foi quase um monossílabo grosseiro.
__Discutiu com Otávio outra vez?__quis saber sério diante de meu silêncio.
__Não!__falei mais rudemente do que pretendia, era a dor esgotando minha calma. Jan me olhou com mais demora.__Asti teve de sair... __ amenizei, a voz falhou.__Vou banhar.__anunciei segurando a jaqueta em dores. Desviando sua atenção.
__Ótimo, vou com você.__se convidou fechando o livro com um olhar sensual.
__Não...!Não vou demorar.__recuava lentamente.
__O que te perturba?__perguntou fitando-me curioso.
__Nada.__disse caminhando de costas, afinal o jeans estava sujo de sangue. __Estou ótima, quero apenas um banho...__vacilei, a vista escureceu. E só então lembrei que na pressa de falar com Asti não havia “comido”.
Jan Kmam largou o livro e antes que tocasse o chão segurou-me pela cintura. Meu grito o fez afastar as mãos imediatamente. Olhava-me confuso, preocupado.
__O que houve...?Você está sangrando!__disse fitando as próprias mãos cobertas de sangue.__O que aconteceu Kara?Fale comigo, por favor.__pediu vendo-me agarrada a seu ombro e por fim fraquejar.
__Cai de um prédio...Ai!__gritei quando Jan Kmam me ergueu nos braços.
Carregou-me para o banheiro e lá me sentou sobre a bancada do lavatório. Nervoso, ajudou-me a tirar a jaqueta, ouvindo-me gemer de dor. A camisa ensopada de sangue o apavorou e o fez tocar os cabelos de modo aflito.
__Merde! O que aconteceu Kara?!Kara?__chamava vendo-me quase perder os sentidos, fraquejar sobre seu ombro.
__Cai de um prédio...__disse fraca,sonolenta.
__Você está branca como papel Kara!__queixou-se vendo meu sangue fluir rapidamente. A cicatrização estava lenta demais.__Precisa ter cuidado...E se houvesse desmaiado?__ele fazia conjecturas.__Ficado a mercê de um mortal?!__falou tentando desabotoar os botões nervosamente, enquanto eu gemia de dor.
O tecido de minha blusa estava dentro da carne preso nos cacos de vidro. Vendo-me sofrer com cada movimento, rasgou a camisa e deixou-me somente de sutiã.
__Mon Dieu!__Jan Kmam exclamou ao ver minha carne pálida ferida.
Observou com preocupação, os hematomas, o corte, as perfurações. E nas minhas costas o pedaço de vidro enterrado, atravessado no quadril. O sangue sujando-lhe as mãos, meu rosto, pois chorava de dor.
__Ai...!__gemi trincando os dentes, tentando conter-me, mas ao sentir seus dedos puxarem o vidro gritei.__Ai!Está doendo...!__chorava segurando seu braço, tentando deter seu gesto.
__Agüente firme meu amor, preciso retirar o caco de vidro, está perdendo muito sangue.__dizendo isso tocou o caco novamente.
__Pare...Espere Jan... __arquejei vendo-o deter o gesto.
Estava em desespero, não estava acostumada a sentir dor.
__Ajude-me Jan...__pedi encostando a cabeça em seu ombro.
__Olhe para mim.__pediu vendo-me obedecer,chorar de dor.__Isso, não tire os olhos dos meus.
Sem aviso puxou o caco de vidro para ouvi-la gritar, cravar as unhas nos ombros de Jan Kmam.
__Pronto mon amour...Acabou, acabou.__disse afastando meus cabelos do rosto suado, sujo pelas lágrimas.
E por fim abraçou-me carinhosamente, enquanto soluçava. Abriu a camisa e me fez beber de seu sangue. O mordi, abracei forte,ainda trêmula para sentir as forças voltarem vagarosamente ao meu corpo,os cortes fecharam-se,a dor sumiu.
Enquanto a banheira enchia lentamente ele me despiu, pouco depois mergulhamos juntos no banho morno que tanto apreciava. Faria bem ao meu orgulho ferido. Sempre detestei depender, precisar de alguém, e aquele incidente mostrou-me uma realidade cruel. Não admitiria, mas senti medo, muito medo. Repousava recostada no peito do meu amante, o cabelo preso no alto da nuca. A mão sobre seu joelho, afinal sua perna forte amparava-me. Estava de olhos fechados, sentindo o vapor subir,o silencio,o corpo de Jan,que apertava a esponja sobre meus ombros, observando a água tocar a pele vampira de modo único.
__O que aconteceu mon chérie? O medo de altura voltou?__estava curioso. __Calculou mal à distância?
__Pombos voaram a minha frente quando saltei, perdi o equilíbrio e despenquei. __disse suave, não estava longe da verdade.__E a cicatriz?
__Vai sumir completamente.__afirmou tocando o risco claro na pele. __Pombos?__ Jan insistiu pensativo.__Eles se assustaram com o quê Kara?
__Quando passei os assustei.__completei tensa.
__O que pretendia fazer? Trancar-se no banheiro e não pedir minha ajuda?
__Eu não queria que se preocupasse comigo...
__Por que Kara?__quis saber torturado. __É meu dever, sou seu mestre.
__Foi apenas um acidente bobo, sou imortal, não sou?
__Sim, é imortal, mas pode sofrer mutilações, que teria de carregar eternamente. Não precisa se arriscar desnecessariamente.__disse beijando meus ombros, a nuca. __Além disso, você me afastou de sua mente. __revelou seguro.__O que mais não quer que eu saiba Kara?
Seu tom de voz firme, a pergunta direta. Estendi a mão e peguei o roupão, Jan não me impediu. Continuou dentro da banheira majestoso, fitando-me como o mestre e amante, esperando por meus movimentos, por minhas mentiras.
__Está sempre desconfiando de tudo que digo e faço.__reclamei sentida.
__Porque se aborrece, quando sabe que é meu dever como seu mestre?
__Vigiar-me, desconfiar?__lutaria até o fim por minha liberdade.
__Kara, não faça drama.__reclamou, erguendo-se para pegar a toalha.
Ficou a minha frente, enquanto enrolava a toalha na cintura, empurrava os cabelos úmidos para trás e prosseguiu:
__O que fez hoje merecia punição.__censurou com firmeza.
__É isso? Quer me punir, usar seu poder de “mestre”?
__Kara...Não seja atrevida.__pediu.
__O que fiz?__fingi desentendimento. __Eu apenas despenquei de um prédio...
__Não se faça de tola Kara!__falou pondo as mãos na cintura larga.__Você me afastou de seus pensamentos, para que não sentisse sua dor e medo.__disse usando todas as palavras. __Quem te ensinou a fazer, Otávio?- pensou e por fim revelou seguro. __Não, ele jamais o faria, foi Asti, não foi?__Jan Kmam cobrou aborrecido.__Ela não tem o direito de passar por cima de minha autoridade.Eu decido o que você deve ou não aprender Kara. Além disso, é um dom de proteção e não de vigilância como acreditar ser.
Jan Kmam deixou o banheiro e foi para o quarto sem ouvir meus pedidos de desculpa.
A paz estava quebrada e muito mais estava por vir.

Continua...

Cena do próximo capítulo...


__Não há nada lá fora,Kara.__Jan falou,mesmo fitando a sombra além da janela.
__Nada?!__disse.__Tem certeza Jan?__cobrei enraivecida.
__Absoluta.__garantiu, afinal era cedo para que sentisse a Sentinela.
__Mentira! Porque está mentindo Jan Kmam?! Há uma “coisa” me seguindo... Nem vampiro ele é...__calei-me debaixo de seu olhar atento.
__Ele é sua Sentinela.__revelou a contra gosto.
__Minha o quê?!__perguntei confusa.
__Ele cuida de um imortal apedido de seu mestre.__Jan revelou sem saída. __Mas pelo visto é um incompetente!Afinal você o viu.__reclamou indignado.
__Traduzindo para sua língua, minha “babá”!__rugi aborrecida, frustrada. __Porque arrumou alguém para me vigiar?

quinta-feira, novembro 08, 2007



(Imagem de Vitoria Frances artisticamente alterada por Jean S.Kuri)


"Meus queridos amigos,este pequeno livro esta entre o livro Alma & Sangue, O Despertar do Vampiro I e II.É apenas um aperitivo,um desejo incontido de novamente estar com aqueles que amamos profundamente.Aproveitem,deixem seus recados,por favor,beijos Mordidos!"




Kara e Jan Kmam
Por
Nazarethe Fonseca
Todos os direitos reservados a Autora®

I Capitulo - Aprendizado


-Mais forte Kara!- Jan gritou irritado. -Está lutando e não tocando piano!
Jan Kmam andava pela sala, sondando meus golpes. Movia-me de espada em punho tentando me proteger de suas investidas rápidas, violentas, mas não conseguia fugir, defender-me com rapidez, era lenta, sentia as mãos doerem, sangrarem e quando cai no chão indefesa aos golpes de Jan Kmam, pela terceira vez ele me fitou com aborrecimento, mas estendeu-me a mão que recusei de imediato. Fiquei de pé e me coloquei novamente em posição de combate. Jan deu-me as costas e sem que esperasse voltou-se rapidamente em ataque, ergui a espada e tentei segurar o golpe, mas falhei e cai novamente.
-Não está pronta para enfrentar um combate simulado, quanto mais uma luta de verdade!-rugiu aborrecido. -O que tem feito Kara, por que não tem treinado?
-É só o que faço, treinar!-falei alto, ainda no chão, sem aceitar sua ajuda. -Eu sei me levantar sozinha. -disse empurrando sua mão vendo que se aborrecia.
-Não grite comigo. –avisou firme. -Quem está diante de você é o mestre, não o amante, não vou hesitar em punir você Kara.
-Eu estou fazendo o melhor que posso... -reclamou rouca.
-Mentira! Está lutando como um mortal. Levante-se do chão e lute como uma vampira que é!-ordenou me provocando.
-Estou usando meus poderes. -disse já de pé.
-Está apenas contendo meus golpes. Lute, invista contra mim. Você não vai me machucar Kara. -reclamou.
-Eu sei...!
-Mas não demonstra, Kara.-continuou cobrando.-Um ano e não sabe nada!-soltou indignado com minha falta de conhecimento. -Com o que sabe não tem condições de chegar à esquina sozinha. -ele rugia em francês. -A partir de hoje vai se alimentar, e voltar para treinar todas as noites. Acabou a folga!
-Que folga Jan Kmam?-cobrei soltando a espada no chão com força. -Desde que Otávio sugeriu as “aulas” você vem me torturando com isso!
-Ah!Então é isso!-ele conseguiu argumentos. -Não quer aprender porque foi Otávio que “sugeriu”.-se corrigiu, pois estava falando sem perceber em português.-Fale em francês, ou não fale. Afinal,é mais uma das coisas que tem de aprender.
-Merde!-soltei. –Vê,foi francês.
-Kara!Não seja atrevida. -avisou.
-É a verdade, você está me torturando porque Otávio quer.
-Otávio não tem nada haver com isso. Trata-se de sua segurança.
-Estou envergonhando você, Jan Kmam, é isso?
-Não Kara! -rugiu indignado. -Você precisa aprender para se defender lá fora, onde existem outros.
-Outros?Eu nunca os vejo, ou sinto. Por certo você me afasta deles. - desabafei. -Há algumas noites atrás vi Asti conversando com um vampiro a mim desconhecido. Assim que me viu, ela fugiu o levando consigo como se eu fosse uma “coisa”. Eles me evitaram... -reclamei magoada.
-Kara... -Jan chamou incrédulo, perplexo com minhas revelações.
-Seus “amigos” me desprezam, não sou bem-vinda, Otávio o quer só para si, sente ciúmes de nosso amor. -queixei-me.-Eles acreditando que a qualquer momento vou ferir você.-falei magoada. -Joga indiretas, me excluem, ignoram-me quando não está comigo.-minha voz sumia.-Asti me tolera para não magoá-lo, afinal ela o ama tanto quanto ama Otávio.-desabafava tudo que vinha sentindo naqueles últimos meses. -Nunca serei um de vocês... Eles me acham inferior, eu sei que sim. -disse rouca de raiva. -Sou um fantasma e só é real quando estou ao seu lado, lá fora não existo, morri!-solucei furiosa.
-Kara, o que está dizendo?-falou, me segurando impedindo que fugisse.
-A verdade que insiste em não ver...-disse com o rosto encoberto pelos cabelos.
-Olha para mim Kara.-ordenou com a voz pesada, soltando a espada para me deter com as duas mãos.-Você é minha mulher, eu te amo, quero o melhor para você. -disse ao ver meu rosto sujo com lágrimas de sangue.-Quero que aprenda a se defender, pois existem, sim, outros vampiros lá fora. E eles são como nós, perversos, cruéis. E você é doce e suave, quando vai se tornar uma vampira?-me perguntou envolvendo-me com carinho.
Recostei a cabeça em seu peito e chorei agarrada a ele, sentia-me confusa. E quando ergui a vista encontrei seus olhos muito azuis e dentro deles só havia carinho e doçura.
-A verdade é que todos os novos têm de aprender a se defender. -começou segurando meu queixo. -Eu estava negligenciando você, que me envolve e amolece com esse olhar negro. Domina-me com essas mãos pequeninas. -disse beijando meus dedos sujos de sangue. -Mas Otávio me corrigiu, lembrou-me de minhas obrigações para com você.- revelou segurando meu rosto aborrecido.-Má Petite, lembre-se do que lhe revelei, das coisas que tive de aprender para ir diante do Conselho, para ser aceito pelo rei.-ele olhou-me com preocupação.
-Lembro-me...-murmurei ainda sentida.
-Quero que seja aceita daqui a cem anos, que me encha de orgulho diante do rei, que seja a melhor, a mais bonita das vampiras.-dizendo isso beijou minha testa e continuou.-Em quatrocentos anos de vida jamais levei um pupilo diante do Conselho, você será a primeira, a única.-ele falou e suas palavras me fizeram tremer.-Será uma noite para lembrar eternamente, pois estarei conduzindo a minha escolhida, a filha de meu sangue, o sangue do favorito do rei.-seus olhos brilharam fascinados.-Tenho uma grande responsabilidade com você.-esclarecia.-E quando for testada tenho certeza que vai ser aceita.
-Eu...Eu não havia pensado nisso...-tomei consciência dos meus deveres diante de Jan Kmam, de seu mundo...Nosso mundo.
Fazia seis meses que havíamos mudado para o apartamento no Quartier Latin, que surgiu como indicação de Otávio.Na verdade, detestava a interferência dele em nossa vida. E desde então comecei a tomar aulas,que segundo ele me faria mais forte e tolerante.
-Sinto muito se o decepcionei. -segurava sua mão,olhava dentro de seus olhos. -Nesses últimos seis meses venho treinando, mas não consigo ir além, e Otávio...
-Kara não há decepção, apenas esqueça Otávio, ele não tem direito, ou poderes sobre você, enquanto eu existir, e como sabe, vou viver para sempre.-murmurou junto ao meu ouvido já me abraçando com muito carinho.Tocando meus cabelos, os cachos, cheirando-os com o olhar morno.
-Mas se algo acontecesse,quem teria direitos sobre mim.Já que sou “criança”.-quis saber curiosa.Jan demorou a responder.-Então?-falei preocupada, enquanto segurava seus ombros.
-Se algo me acontecer ele fica com sua guarda.
Kara estava atenta às explicações, curiosa por mais informações, no entanto, como de costume Jan nada mais revelou.Ele sabia que era cedo para tanto.
-Quem decidirá isso, como?-perguntei apreensiva.
-O rei decidirá, claro, ele pode determinar o contrário.
Enquanto revelava migalhas de um mundo de leis e regras Jan Kmam viu Kara preocupar-se docemente. Ela erguia as sobrancelhas, mordia os lábios. Mas a brincadeira perdeu a graça quando ao sondar sua mente e ouvir suas dúvidas sobre os demais vampiros, sobre o Conselho, o vampiro viu imagens e nelas a verdade! Como ela podia ver o salão do Conselho? Ele libertou sua mente delicadamente sem que ela sentisse e a tomou nos braços, afinal ardia de desejo, fome dela, do seu sangue. Kara o seduzia a cada novo minuto e gesto, com seus gritos, explosões. Intensa, impulsiva, forte, corajosa, teimosa. E ao mesmo tempo doce, suave, feminina ao extremo, a ponto de sufocá-lo com sua fragrância, o modo delicado como o tocava ainda tão mortal.
-Eu não vou morrer, ou sumir, acalme seu coração. -brincou.-Vai ter de me aturar por muitos séculos ainda, minha rosa.
Deixou seus lábios tocarem os seus delicadamente. E eles eram macios como pétalas de uma rosa, rosados, por vezes tão rubros banhados com seu sangue. A ouviu arquejar baixinho, o coração teimoso saltou no peito, vivo. Aos poucos foi fazendo pressão, a língua sondava a boca pequena e por fim o beijo surgiu intenso. Deixou que suas mãos percorressem suas costas, sobre a camisa branca. Para tirar sua atenção ela insistia em vestir uma calça negra. O tecido colava-se ao corpo esguio, pequeno e tudo que Jan ansiava era tocar suas curvas. Estava excitado, faminto e quando a ergueu nos braços, indo para o quarto a ouviu murmurar:
-A aula acabou?
-Sim, acabou, mas agora começa outra.
-Qual?-disse mansa, morna, fitando-o apaixonada.
-Como fugir de Jan Kmam.-brincou perigoso.-Pois não pretendo sair esta noite, não com tal ânimo.-murmurou mordiscando seus lábios.
-E quem disse que eu desejo fugir.
Kara respondeu atiçando um pouco mais.

Continua...

Cena do próximo capitulo

“__Kara?!
Jan Kmam largou o livro e antes que tocasse o chão segurou-me pela cintura. Meu grito o fez afastar as mãos imediatamente. Olhava-me confuso, preocupado.
__O que houve...?Você está sangrando! __disse fitando as próprias mãos cobertas de sangue.__O que aconteceu Kara?__estava apreensivo, tocou meu rosto.__Fale comigo, por favor.__pediu vendo-me agarrada a seu ombro e por fim fraquejar.”

segunda-feira, novembro 05, 2007



(imagem de Ludovic Goubet,Grande Fotografo)




Quer ler Alma & Sangue 1/2 ?

Dia 09/11/2007 publicarei a o primeiro capitulo da história que liga o "Alma & Sangue,O Despertar do vampiro" ao "Alma & Sangue,II" Aqui no blog~.Infelizmente~ainda não é a continuação,o livro II,mas é um paliativo para nossa saudade,espero que gostem e deixem seu recados.

beijos mordidos!



Os Homens do Livro "Alma &Sangue,O despertar do Vampiro"Ganharam vida atraves da arte de Andrea Candido,uma artista de mão cheia.Para conferir como eles ficaram basta acessar meu perfil,album de fotografias ou no blog.Obrigada pelo carinho. Não ficaram lindos!Beijos Mordidos!!

sexta-feira, novembro 02, 2007

Alma & Sangue 1/2

(Imagem de Vitoria Frances)


I Capitulo - Aprendizado

-Mais forte Kara!- Jan gritou irritado. -Está lutando e não tocando piano!
Jan Kmam andava pela sala, sondado meus golpes. Movia-me de espada em punho tentando me proteger de suas investidas rápidas, violentas, mas não conseguia fugir, defender-me com rapidez, era lenta, sentia as mãos doerem, sangrarem e quando cai no chão indefesa aos golpes de Jan Kmam pela terceira vez ele me fitou com aborrecimento, mas estendeu-me a mão que recusei de imediato. Fiquei de pé e me coloquei novamente em posição de combate. Jan deu-me as costas e sem que esperasse voltou-se rapidamente em ataque, ergui a espada e tentei segurar o golpe, mas falhei e cai novamente.
Breve continua...